sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

CULTURA DO ESTUPRO: COMO CONTRIBUIR PARA ERRADICÁ-LO?

CULTURA DO ESTUPRO: Vamos romper o silêncio
Texto produzido pela profa. Dra. Mary Ferreira
 
Estupro é considerado toda prática não consensual de sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer natureza, sem consentimento de uma das partes. Isso significa dizer que quando uma das partes não aceita fazer sexo e a outra parte força, isso é violência, é estupro!

Os estudos comprovam que embora a prática vitime homens e mulheres, são as mulheres historicamente as vítimas mais frequentes. Durante muito tempo falamos sobre esse tema baixinho, de forma restrita. O medo e a vergonha impunham para as mulheres o silêncio, carregado de culpa. Em muitas situações essa culpa era reforçada pela forma como era recebida a informação e as perguntas que vinham? O que estava vestida? Provocastes? Estavas com quem? Cada pergunta era como uma justificativa para o ato.

Por esta razão é muito importante trazermos para o debate e para as rodas de conversa em todos os espaços: igrejas, sindicatos, partidos, centros acadêmicos, para os currículos escolares e universitários a necessidade urgente de incorporar o gênero como disciplina curricular, sob pena de não conseguirmos transformar as relações de gênero nos próximos 100 anos. É importante recomendar e levar mais a sério o projeto de reeducar os meninos e as meninas para serem homens e mulheres, lembrando a frase histórica de Simone de Beauvoir em seu memorável O Segundo Sexo: “Não se nasce mulher, torna-se”. 

Ao trazermos esse debate para a UFMA mais uma vez, queremos ampliar as vozes de indignação contra esse ato que hoje afeta muitas mulheres neste espaço acadêmico. É preciso denunciar e criminalizar e acima de tudo buscar caminhos para mudar essa cultura machista e patriarcal que vitimiza as mulheres.


 

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